Chefs dão dicas de toques regionais na ceia de Natal tradicional
Com apenas um toque amazônico, a ceia de natal se torna um banquete inesquecível

Manaus – Uma das datas mais esperadas do ano chegou, e, junto com ela, a expectativa para a ceia é um dos momentos mais especiais nas celebrações em família. As receitas tradicionais cada vez mais estão dando espaço para ingredientes únicos e originais. O EM TEMPO conversou com chefs de cozinha, que deram dicas de como inovar no banquete com um toque amazonense.
Campeão regional da última edição do Comida di Buteco – um dos maiores concursos de cozinha do Brasil – e proprietário do Tambaqui no Ponto, o chef Marcus Vinicius, garantiu que a criatividade é o diferencial de uma ceia inesquecível.
Para a entrada, o cozinheiro sugeriu substituir o bolinho de bacalhau por um bolinho com pirarucu seco, um dos pratos preferidos do chef. “Até mesmo um bolinho de tambaqui, ou um taco de açaí com pirarucu seco. A diversidade é enorme”, indicou.

Prato principal
Chef e professor do curso de nutrição do Centro Universitário Fametro, Bruno Leitão recomendou temperos tipicamente amazônicos na preparação das proteínas, como o puxuri.
Outra ideia é a preparação de um barbecue regional, a base de cubiu, camu-camu e cupuaçu, que pode ser utilizado como molho para peru, pernil, lombo e outros.

“Podemos defumar peixes, como o pirarucu, para a ceia natalina, já que a ave enfrenta preços absurdos. O próprio salpicão pode utilizados um desses pescados defumados”. Além da defumação, o professor recomendou a utilização de tucumã nas saladas, na maionese e no salpicão.
O chef Marcus Vinícius foi além, e no prato principal, ele sugeriu que os peixes da Amazônia podem ser as grandes estrelas da noite.
“Temos uma matéria prima fantástica na nossa região. Porém, devido à cultura que criaram há anos, não são muito utilizados no Natal”, ressaltou.
De acordo com o chef, o único ponto que torna os pescados menos atrativos, são os valores cobrados.
O lombo de pirarucu, o lombo de tambaqui, e até o próprio pirarucu rendem pratos elaborados e dignos de uma ceia, como a pescada à portuguesa, o lombo à belle meunière e o pirarucu de casaca.

A nutricionista Rita Machado deu dicas de ingredientes regionais que podem ser incluídos para tornar os pratos mais saudáveis. “Não é preciso se prender no conceito de que tudo deve ser 100% saudável, mas podemos incluir na ceia, alimentos para balancear a refeição. Os alimentos da nossa região são uma ótima opção”, frisou.
Alimentos como castanha-do-Brasil, cará-roxo, sucos regionais e uma diversidade de pancs (plantas alimentícias não convencionais), ganham espaço.
Outra dica da nutricionista é optar pelo preparo dos alimentos em casa, evitando a compra de produtos prontos que contêm grande quantidade de açúcar, óleo, gordura, sal e aditivos alimentares como corantes e conservantes.
Sobremesa
Chegou a hora do prato mais esperado por muitos: a sobremesa. Elas também podem receber um toque amazônico, para sair do tradicional. “Podemos fazer o crème brûlée de banana, pode ser também o pavê de cupuaçu com chocolate, ou um pudim de tapioca. Afinal, pudim agrada qualquer um”, recomendou o chef Marcus Vinicius.

As frutas regionais são também as indicações do chef e professor do curso de nutrição do Centro Universitário Fametro, Elias Essucy. Especialista em confeitaria, ele explicou que o puxuri e o cumaru são ingredientes que devem ser valorizados nas sobremesas.
“São ingredientes riquíssimos em sabor e textura, que podemos inserir em doces básicos e tradicionais. O cumaru, por exemplo, substitui a baunilha, saborizando pudins, cremes e bolos”. O chef também deu destaque para as geleias de cupuaçu, araçá-boi e açaí, que contribuem tanto no sabor, quanto na colorização dos pratos.
O panetone, em harmonia com as sementes puxuri e cumaru, com a castanha-do-Brasil e com o doce e o chocolate de cupuaçu, ganha sabores diferenciados.

“O panetone é um pão com adição de elementos doces, e que tem um teor de açúcar médio, em relação a uma sobremesa. Nele, podem ser inseridos inúmeros recheios, o que vai diferenciar um do outro, é a flavorização”, finalizou o chef.
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