Jornalista do AM conta histórias de trabalhadores do Centro em livro
Escrito pela jornalista Bruna Oliveira, o livro reportagem ''O Silêncio da Meia-Noite'' acompanha a história dos trabalhadores noturnos do Centro de Manaus

Manaus –
Acompanhando a rotina de carregadores de mercadorias, vendedores de bombons, taxistas, mototaxistas, guardas de patrimônio municipal e até guardas de carros, os famosos “flanelinhas’’, a autora do livro retrata a movimentação dos trabalhadores que aquecem a economia regional no momento em que a maior parte do comércio está de portas fechadas.
Os personagens dos livros, pessoas reais e presentes no cotidiano manauara, driblam o sono e os perigos da noite para garantir o sustento próprio. Bruna Oliveira narra, em um olhar humano, os anseios, dificuldades e desejos entrelaçados no ofício que esses trabalhadores exercem.

Apesar de ainda não ter sido publicado, em entrevista ao EM TEMPO, a jornalista comentou sobre os planos para o futuro da obra e os momentos que a levaram até “O Silêncio da Meia-Noite’’, onde ela traz uma nova visão do que é o centro de Manaus fora do horário comum.
EM TEMPO: Por que você escolheu essa temática para ‘’O
Silêncio da Meia-Noite’’?
Bruna Oliveira: O Centro de Manaus é um lugar que, apesar de ter os problemas que tem com segurança, chama muito a minha atenção. Minha família trabalhou por anos lá. Eu também tive a oportunidade de conviver no lugar, trabalhando de madrugada com meus tios. Então, sei que de tudo e mais um pouco acontece lá. “O Silêncio da Meia-Noite’’ surgiu após irmos fotografar o Centro de noite, queríamos mostrar uma realidade desconhecida. De gente que trabalha lá enquanto a maioria está em casa dormindo. Ao invés de fazer as fotos, res o l v em o s contar histórias, aquilo que é a essência do jornalismo.

ET: Como foram realizadas as entrevistas e os ''bastidores''
da obra?
BO:
ET: O que você encontrou pessoalmente ao realizar as
entrevistas, foi o que você esperava?
BO: Em cada personagem, tive diversas dificuldades. Como horário, segurança, necessidade de atenção, mas as entrevistas nos locais me permitiram ver e sentir o ambiente, conviver um pouco com a realidade, vivenciar a troca de turno e ouvir as histórias. O mais legal é que muitos estavam dispostos a contar experiências do trabalho, e aquilo que enfrentam diariamente. Foi mais do que eu esperava, foi surpreendente, e a experiência foi enriquecedora.

ET: Houve algum momento incomum ou intrigante, digamos
assim, durante esse projeto?
BO:
ET: O que você gostaria de destacar na obra, a principal
mensagem?
BO: A principal mensagem é que há histórias maravilhosas por trás de cada trabalhador. Às vezes, esses trabalhadores da noite manauara são marginalizados, mas esquecem que eles também movimentam a economia da nossa cidade. Eles contam o que passaram, o que passam, e como planejam o futuro no ambiente

ET: Você planeja publicar ‘’O Silêncio da Meia-noite’’? Como
está esse planejamento?
BO: Sim, pretendo para o primeiro trimestre de 2021. Estamos
planejando para publicação online e impressa.
ET: Você também tem pretensões de investir em outros
lançamentos?
BO: Quando apresentei na banca de TCC, ouvi que poderia ter
a sequência. E realmente há mais trabalhadores que podem contar suas histórias
e mostrar como é o Centro à noite.
ET: O resultado final do livro reportagem te agradou?
BO: Sim. Na verdade, foi um filho. Às vezes, a gente é muito
"Caxias" com o nosso trabalho. Busco sempre melhorar, mas como fiz
esse projeto ainda na faculdade e com todas as dificuldades que tive, acredito
que fiz o melhor. Algumas pessoas já me passaram o feedback da obra e cada
comentário me faz sentir que estou no caminho certo.