Jiu-Jítsu, a paixão amazonense e fábrica de campeões
O jiu-jítsu age no Amazonas não só como esporte, mas é uma ferramenta para manter os jovens longe da criminalidade

Manaus - O Jiu-Jítsu foi disseminado pelo Amazonas, desde 1915, pelo sensei Soishiro Satake, quando chegou do Japão, e logo se tornou paixão regional. A modalidade é uma verdadeira fábrica de campeões.
O professor Jucivam de Araújo, de 44 anos, contou com exclusividade ao Portal em Tempo, o trabalho que realiza para levar, a arte marcial que ama, para o máximo de pessoas que conseguir.
O professor é faixa preta, 3º Dan e ensina na Equipe Jucivam Araújo de Jiu-Jítsu, localizada na rua 8, número 32, Vila Marinho, bairro Compensa 3, na zona Oeste da cidade.

A "arte suave" como é conhecida, é mais do que um esporte de luta, é um modo de vida. De acordo com seus praticantes, além de manter mente e corpo ativos, ela traz equilíbrio, melhora o raciocínio, alivia a tensão, tirao estresse e pode auxiliar no tratamento da depressão.
Sua prática oferece diversos benefícios, mas seria esse o fato que faz a arte marcial milenar ser tão amada pelos amazonenses?
"Ela é uma arte. Há muito tempo os amazonenses começaram a praticar e amaram ter o jiu-jítsu como prática. Nosso povo tem o espírito de luta em sua raiz, vindo dos nossos ancestrais indígenas que dominavam essa terras.", contou Jucivam Araújo.

"Estou na frente do projeto social de jiu-jítsu há cinco anos. Fazemos a diferença na comunidade. Tiramos os jovens das ruas e transformamos em campeões", pontuou o atleta consagrado.
Paixão de gerações
Jucivam passa todo o conhecimento e admiração pelo esporte para uma nova geração. Sua dedicação em ensinar trouxe frutos. Aline Pinheiro, de 22 anos, é faixa roxa da arte e conta sua história de conquistas no esporte.

"Amo o jiu-jítsu, me sinto bem em praticar, me sinto segura. Por causa dele, sou feliz e minha auto-estima é outra. Ele mudou minha vida, me deu disciplina, respeito, sou completamente realizada em fazer parte desse esporte. Competindo, já fui campeã da Copa América e medalha de Bronze no Pan-Americano. " contou Aline, feliz em relembrar o que o esporte já proporcionou em sua vida.
O jiu-jítsu é um celeiro de campeões no Amazonas. Apesar de hoje, ser praticado em quase todo o país, no estado, os talentos surgem. O jovem Vinícius Dylan , de 13 anos, é um guerreiro faixa verde e já conquistou títulos importantes.

"Eu me sinto muito feliz em prática um esporte aonde eu me identifico. Sou bicampeão brasileiro, campeão amazonense, campeão Pan-americano e campeão Osvaldo Alves. O jiu-jitsu abre portas para várias pessoas de forma que ajuda no crescimento esportivo", disse.
A depender do Amazonas, o esporte continuará projetando nomes consagrados na luta. Cristian Araújo, de 22 anos, é graduado na faixa roxa e coleciona títulos.

"É um esporte que amo desde pequeno aonde comecei treina e me dedicar. Hoje sou Campeão Amazonense, campeão Pan-americano da Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Esportivo (CBJJE), Campeão Osvaldo Alves e Campeão peso e absoluto AJP Tour de Brasília. O jiu-jitsu hoje representa pra mim minha vida, trabalho como esportista", disse Cristian.
O esporte de luta que se tornou paixão trouxe grandes conquistas para seus praticantes e reconhecimento para o estado. Em 2017 foi criada a primeira seleção brasileira de Jiu-Jitsu, para a disputa do Word Pro, em Abu Dabhi, e de seus 55 atletas, 24 foram amazonenses, mostrando a força do povo do Norte na modalidade.
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