Dia Nacional de Combate à Tuberculose alerta para causas e riscos
Infecção que pode ser prevenida, tratada e curada ainda mata cerca de 4,4 mil pessoas todos os anos no Brasil
A tuberculose continua sendo uma epidemia em grande parte do mundo, causando a morte de quase um milhão e meio de pessoas a cada ano, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Por isso, em 17 de novembro também é celebrado o Dia Nacional de Combate à Tuberculose, com o objetivo de promover a conscientização pública sobre as consequências devastadoras para as esferas da saúde, social e econômica da tuberculose e intensificar os esforços para acabar com a epidemia global.
De acordo com o infectologista do Hapvida Saúde, Flávia Carvalho, a tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer órgãos como ossos, rins e membranas que envolvem o cérebro. “Por medo e desinformação sobre a doença, muitas pessoas evitam o contato e isolam o doente, porém quem precisa ser evitado é o bacilo. O isolamento social é importante apenas nos 15 primeiros dias que iniciar o tratamento. Após isso é preciso apenas continuar o tratamento corretamente até o final, o que contribui para quebrar a corrente de transmissão da doença”, alerta o especialista.
O Brasil ocupa o 18º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Embora seja uma doença passível de ser prevenida, tratada e curada, ainda mata cerca de 4,4 mil pessoas todos os anos em território nacional.
Além disso, catalogada como doença negligenciada grupo de doenças tropicais endêmicas que causam entre 500 mil e 1 milhão de óbitos anualmente a tuberculose é a principal causa de morte entre soropositivos e, assim como a Aids, atinge especialmente países em desenvolvimento, onde cresce o número de pacientes com as duas doenças. A intolerância apresentada por alguns indivíduos coinfectados, somada à interação dos medicamentos para tratamento das duas enfermidades, agravam essa realidade.
Sintomas
A infectologista destaca que a transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivíduo e assim sucessivamente. Após ser infectado pela bactéria, o indivíduo pode apresentar alguns sintomas frequentes, tais como:
- tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue;
- cansaço excessivo e prostração;
- febre baixa geralmente no período da tarde;
- suor noturno;
- falta de apetite;
- emagrecimento acentuado;
- rouquidão
Entretanto, Flávia alerta que alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, enquanto outros apresentam sintomas aparentemente simples, tal como pode ser confundida com uma gripe e evoluir durante três a quatro meses sem que a pessoa infectada perceba, ao mesmo tempo em que transmite a doença para outras pessoas.
Prevenção e tratamento
A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados.
A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano e protege as crianças contra as formas mais graves da doença. O tratamento, à base de antibióticos, é 100% eficaz e deve ser feito por um período mínimo de seis meses, diariamente e sem nenhuma interrupção, terminando apenas quando o médico confirmar a cura total do paciente. “É importante destacar que todo o tratamento é realizado durante o período mínimo de seis meses, mas a partir de 15 dias do início do uso dos medicamentos a pessoa não está mais transmitindo a tuberculose pela tosse. Isso é confirmado a partir do exame de escarro. Por isso é de suma importância haver um diagnóstico precoce”, pontua a infectologista.
*Com informações da assessoria