Advogado é autuado por tráfico de drogas e deve dormir na delegacia
Segundo a Polícia Civil, o profissional entrou no CDPM 2 para visitar dois detentos do local, e foi pego quando passou pelo raio-X do presídio

Manaus - O advogado Hinller da Silva Maduro, de 28 anos, conhecido como "Alemão", foi autuado em flagrante por tráfico de drogas na tarde desta quarta-feira (5), após tentar entrar com drogas no Centro de Detenção Provisória Masculina 2 (CDPM 2), localizado no quilômetro 8 da BR-174. Segundo a Polícia Civil, ele será encaminhado a Audiência de Custódia nesta quinta (6).
"Alemão" entrou no CDPM 2 para fazer uma visita a dois detentos do local. No momento em que passou pela revista eletrônica (Raio-X), foi descoberto com ele 25 gramas de maconha, que estavam dentro de dois tubos de pomada do medicamento Cetoconazol.
O advogado foi preso em flagrante e conduzido por agentes da Secretaria de Administração Penitenciaria (Seap) para o 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), localizado na Ponta Negra, Zona Oeste da capital, onde prestou esclarecimento.
O procurador de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Amazonas (OAB-AM), Alan Johnny Feitosa, que acompanha o caso, acredita na inocência do advogado. Feitosa ressalta que o advogado foi vítima de uma armação.

"Essa noite ele vai permanecer na carceragem do 19º DIP por questão de formalismo (sic), mas não porque há provas que comprometam a conduta dele. Serão adotados os procedimentos normais e amanhã esperamos que a Justiça, com base nas evidências, compreenda que o advogado está na condição de vítima", disse o procurador.
Entrega de material
Conforme a Seap, toda quarta-feira é dia de entrega de material de uso pessoal para os detentos. Essa rotina permanece no CDPM 2 pois a unidade não foi afetada pela medida de suspensão de 30 dias, determinada após o massacre ocorrido entre os dias 26 e 27 de maio deste ano.
Johnny Feitosa informou ainda, que Hinller foi contratado pela família de um detento para levar mercadorias ao preso, que não teve a identidade divulgada. Conforme o procurador da OAB-AM, “Alemão” não sabia existência das drogas.
Toda a negociação entre os parentes do preso e o advogado está registrada em mensagens enviadas em um aplicativo de celular. A conversa deve servir como prova para inocentar o Hinller.
“A contratação não foi feita hoje, a família do detento informou que não conseguiria levar o material e solicitou o trabalho do advogado. Está tudo comprovado em conversas no WhatsApp. A OAB-AM espera que a polícia investigue para tentar localizar e identificar essas pessoas para que seja de fato apurado a responsabilidade penal da autoria do crime, porque o advogado não é autor desse crime”, justificou Feitosa.

Hinller é contratado por um escritório especializado na área criminal, e é conhecido por advogar para integrantes de uma facção criminosa que atua no Estado. Em solidariedade e acreditado na inculpabilidade do profissional mais de 10 advogados estiveram presentes no 19º DIP.
Por meio de nota, a OAB-AM informou que após a conclusão das investigações, avaliará a instauração de procedimento ético disciplinar, a fim de apurar as responsabilidades do advogado, considerando, inclusive, discutir a existência ou não de conhecimento por parte dele sobre o conteúdo do que estava sendo entregue.
Veja reportagem da TV Em Tempo:
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