Em Manaus, Bolsonaro garante que BR-319 será recuperada
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) garantiu que a BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho, será asfaltada durante o seu governo, mesmo sem dar prazos de início e conclusão das obras.

Manaus - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) garantiu que a BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho, será asfaltada durante o seu governo, mesmo sem dar prazos de início e conclusão das obras. Inaugurada em 1976, a estrada tem 900 km de extensão e foi construída com o objetivo de integrar o estado ao resto do Brasil.

A declaração foi feita durante entrevista coletiva concedida aos veículos de comunicação locais antes da primeira reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Cas), realizada na Suframa nesta quinta-feira (25). De acordo com Bolsonaro, as tratativas com a empresa responsável pelas obras já estão em processo de conclusão.
“A BR 319 será asfaltada, mesmo tendo encontrado um país destruído economicamente. A rodovia é uma das obras prioritárias do governo. Nós estamos trabalhando no sentido de atender a todos. Não interessa a região que esteja necessitando - seja o Nordeste, o Norte, Centro-este, Sudeste ou Sul. Trabalhamos para o Brasil. "
Jair Bolsonaro, Presidente da República
Superintendente da Suframa
A reunião teve a presença do
titular da Suframa, coronel Antônio Menezes, além de líderes políticos do
Amazonas e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que preside o Conselho. Na
reunião, foram analisados 87 projetos industriais, sendo 26 de implantação e 61
para ampliação, atualização ou diversificação. Juntos, os projetos somam US$
626,917 milhões em investimentos nos três primeiros anos de funcionamento das
linhas de produção.
Aproximadamente 4 mil novos
postos de trabalho serão gerados, além da previsão de faturamento na ordem de
US$ 3.685 bilhões no mesmo período.
Essa é a primeira reunião do
Conselho a contar com a presença de um presidente da República em mais de uma
década. O evento marca também a primeira agenda oficial de Bolsonaro no
Amazonas desde que foi eleito presidente, em outubro do ano passado.
Bolsonaro desembarcou na capital
amazonense às 9h, na Base Aérea de Manaus, no aeroporto Ponta Pelada. Ele foi
recebido pelo governador do Estado, Wilson Lima (PSC) e, acompanhados do
superintendente da Suframa, fizeram um sobrevoo no Distrito Industrial.
De lá, ele seguiu para uma visita
no Colégio Militar da Polícia Militar do Amazonas (CMPM V), que receberam
medalhas em Olimpíada de Matemática no Japão. Com a visita rápida, nenhuma
visita às indústrias do Distrito Industrial foi realizada.
Críticas a Paulo Guedes
Sobre as críticas feitas pelo
ministro da Economia em relação ao modelo de concessão de benefícios para a
Zona Franca, o presidente disse que ele evoluiu e entendeu a posição
estratégica da região para o País. "A continuar políticas anteriores,
a tendência era nós perdemos a Amazônia. A Amazônia é nossa. Somos
respeitadores do meio ambiente, mas o desenvolvimento se fará presente",
disse.
Ironia a adversários políticos
Na coletiva, Jair Bolsonaro
ironizou adversários políticos ligados à causa ambiental, principal entrave na
questão do asfaltamento da BR-319. “Imaginem se eu tivesse o Zequinha Sarney
(PV) ou a Marina Silva (Rede) à frente do Ministério do Meio Ambiente? Vocês
nunca veriam a BR asfaltada”, disse.
Reforma Tributária
O presidente e o ministro ressaltaram que a proposta de reforma
tributária da Câmara, a PEC 45, que prevê o fim dos benefícios da Zona Franca,
não é a do governo. "A nossa vai sair daqui a pouco e certamente nós
sabemos a importância que é a estrutura tributária atual para a região",
acenou Guedes. O ministro disse que vai levar esse ponto em consideração na
apresentação de sua proposta de reforma tributária.
Celular hackeado
Após a divulgação da notícia de
que celulares usados por Bolsonaro também foram alvos de hackers, o presidente afirmou
que não encontrarão nada comprometedor em seus aparelhos e frisou que questões
estratégicas para o Brasil e assuntos com chefes de estado são tratados apenas
pessoalmente, em seu gabinete.
"Achar que meu telefone não
estava sendo monitorado por alguém seria muita infantilidade. Não apenas por eu
ser capitão do Exército, conhecedor da questão da inteligência. Sempre tomei
cuidado nas informações estratégicas, essas não são passadas via telefone.
Então, não estou nem um pouco preocupado se porventura algo vazar aqui no meu telefone.
Não vão encontrar nada que me comprometa", declarou.
Inpe
O presidente criticou os dados
divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe), referentes ao desmatamento
da Amazônia. Para ele, os dados prejudicam relações do governo brasileiro com
outros países.
"Esses números no meu
entender não correspondem à realidade. Esses dados servem para alguém na ponta
da linha ficar feliz e nos prejudicar na relação que temos com o mundo. Estamos
avançando no Mercosul, no Japão, nos Estados Unidos, Coreia do Sul. Isso nos
atrapalha com dados que duvidamos que sejam verdadeiros", afirmou.
Demarcação de terras e legalização do garimpo
Em seu discurso durante a
reunião, Jair Bolsonaro disse que a região foi prejudicada com o que chamou de “indústria
da demarcação de terras indígenas” feita em governos anteriores. Ele também
disse ter a intenção de legalizar o garimpo na região e autorizar que empresas
estrangeiras explorem a Amazônia em parceria com empresas nacionais.
“Queremos integrar o índio e
fazer o casamento do meio ambiente com o progresso. Lamentavelmente, veio a
indústria da demarcação das terras indígenas, tornando o índio recluso,
como se fosse um ser humano da pré-história”, disse.
Protestos
A visita de Jair Bolsonaro à
capital foi marcada também por protestos. Representantes de movimentos
sindicais e partidários contrários à gestão do presidente realizaram, por volta
das 7h, uma manifestação na Bola da Suframa, na Zona Sul de Manaus.
Os manifestantes estavam com bandeiras e cartazes com palavras de ordem, como “Fora Bolsonaro”. O grupo fechou a avenida Ministro João Gonçalves, na BR-319, que dá acesso à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), local da reunião em que o presidente participaria.
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