Marcelo Ramos inicia diálogo de reforma sustentável com Mourão
Deputado e pesquisadores apresentaram o estudo “Reforma Tributária, Zona Franca de Manaus e Sustentabilidade”
Manaus - O deputado federal Marcelo Ramos (PL) se reuniu, nesta
terça-feira (28), com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), para
discutir uma proposta de reforma tributária que dialoga com a sustentabilidade
da Amazônia. Na ocasião ele elencou uma série de propostas que conciliam a
conservação da Floresta Amazônica e o desenvolvimento econômico e social da
região.
Uma delas foi materializada no estudo “Reforma
Tributária, Zona Franca de Manaus e Sustentabilidade", elaborado por
pesquisadores da Amazônia nas mais diversas áreas, entre eles, o presidente da
Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, Victor Salviatti, e o
presidente da Levisky Legado e do Fórum Internacional Endowments, Ricardo Blau
Leviski.
“Explicamos a necessidade de incentivos por uma indústria
pautada em biotecnologia, produtos oriundos da floresta e desenvolvimento de
software. Pedimos, ainda, a reabertura diálogo, por meio de uma reunião, do
Conselho da Amazônia com as ONGs e, por fim, a proposta do SUS da Floresta, que
tem como objetivo levar atendimento, principalmente às comunidades ribeirinhas
distantes de Manaus”, afirmou Ramos.
Ramos defendeu junto a Mourão, que coordena o Conselho
Nacional da Amazônia Legal, alternativas econômicas que represem o desmatamento
da floresta a partir da criação de mecanismos como a destinação de um
percentual dos investimentos das empresas para pesquisa e desenvolvimento.
Com a inclusão do Polo Industrial de Manaus (PIM) nas
discussões da reforma tributária, Marcelo Ramos entende que o investimento na
região deve se voltar para iniciativas na piscicultura, turismo, produção
agroflorestal, mineração responsável e produção naval.
Para Marcelo Ramos, repensar a economia da região amazônica
pode servir para recuperar a imagem internacional do Brasil em termos
ambientais. O deputado reitera que a floresta preservada tem mais valor
econômico e político, não apenas pela possibilidade de sua exploração
sustentável. Mas, também, pelo fato de o regime de chuvas que irriga o
agronegócio depender essencialmente da floresta amazônica e por ser a Amazônia
o selo de qualidade para que os produtos agropecuários brasileiros sigam
competitivos.
Debate para 2021
Diante dos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) sobre o país, a bancada amazonense tem ouvido no Congresso Nacional que o debate sobre a reforma tributária ficará somente para 2021. Mas, com as afirmações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), senadores e deputados federais amazonense afirmam que se mantêm atentos sobre as propostas que ameaçam os investimentos e os empregos do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM).
Durante a pandemia, as comissões existentes no Senado
Federal e na Câmara dos Deputados estão com as atividades paralisadas, assim
como a Comissão Mista constituída para apreciação da reforma tributária. Mesmo
sem uma data indefinida para debater a proposta, a expectativa é que a
articulação seja retomada junto ao retorno das sessões e reuniões presenciais
no dia 15 de agosto, se as condições sanitárias permitirem.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45, que tramita na Câmara dos Deputados é considerada por parlamentares amazonenses a mais prejudicial à ZFM e exige atenção no decorrer do processo. No texto, a proposta prejudica o Amazonas quando fala do veto do incentivo fiscal, que é considerado vantagem comparativa fundamental para o Polo Industrial de Manaus (PIM), que está localizado numa região de difícil acesso.
*Com informações da assessoria